segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Depois da saudade...

Há momentos na nossa vida em que somos obrigados a sentir o que de mais profundo há em nós: a dor, a perda, a morte... Nada é mais certo e nada é mais doloroso. A saudade marca pontos, o típico "porquê?", que nunca dá uma resposta, é perguntado vezes sem conta. Talvez seja uma questão de egoísmo... Queríamos ter aquela pessoa junto a nós, não queríamos ter de dizer "adeus" assim tão prematura e inesperadamente... Por mais que tentemos entender o que há para além de, as respostas não chegam. Temos as nossas crenças mas é tudo uma questão de fé. E esta incerteza é que corrói por dentro... Mas não há outro remédio que não deixarmos partir aquilo que já é eterno... Fica a memória e o amor. Será que no "para além de", quem parte, sente o amor que deixou cá deste lado? Será que o amor incondicional, aquele que sentimos por tão poucas pessoas ao longo da nossa vida, é mais forte do que as barreiras metafísicas? Tudo isto me parece muito estranho... Mas são os pensamentos que me têm habitado a mente...
Também é nestas ocasiões trágicas, brutais, de uma dor cruel que nos questionamos sobre os nossos propósitos na vida... Muitas vezes é na mais profunda dor que nos encontramos com o nosso "eu", com o que de mais verdadeiro e sentido há em nós... E tudo isto vem ao mesmo tempo e entra sem pedir licença.

Enfim... Sempre acreditei que "para além de" é uma continuação do que cá vivemos, em outros termos, com outras capacidades. Chamamos-lhe o "Paraíso"... O que é? Ninguém sabe... Até o dia em que nós próprios vamos "para além de"...