terça-feira, 24 de julho de 2007

Mais uma sugestão literária...


Já li este livro há uns meses mas rapidamente conquistou um dos lugares cimeiros no meu "Top Literário".

Travessuras da Menina Má, de Mario Vargas Llosa. É simplesmente um livro apaixonante. Um homem preso a uma mulher, um amor fugidio durante toda a vida, que nunca deixou de estar presente mas que nunca lhe pertenceu. A alma de um homem angustiado que se tenta desprender da "menina má" é desvendada entre diálogos maravilhosos e descrições onde o leitor é transportado para cada cena. É um livro intimista, que nos apaixona desde a primeira página. Muitas páginas por descobrir... É da Dom Quixote.

Ser solteira ou comprometida?


Ultimamente tenho sido a "psicóloga" de alguns amigos meus. Uns que namoram, outros que não, alguns mais sofredores e com tendência para o fatalismo do que outros. E interrogo-me? Somos mais autênticos quando namoramos ou quando estamos sozinhos?


De forma geral, considero que, como seres sociais que somos, procuramos sempre um parceiro, um companheiro, um amor... Mas a panóplia de experiências neste mundo cada vez mais segmentizado mostra que há pessoas que gostam de estar sozinhas ou que genuinamente não conseguem manter uma relação monogâmica duradoura.


Pessoalmente, sempre me vi a partilhar a vida com alguém. Mas a coisa não se tem revelado fácil. Expectativas, desiluções fazem-nos muitas vezes pensar que somos mais felizes sozinhos. Eu sempre senti uma coisa que, me parece, não é assim tão incomum nos namoros: sempre que namoro, e quando a relação já tem algum tempo, sinto que sufoco, que estagnei a minha aprendizagem como pessoa. Talvez tenha sido simplesmente fobia da monotonia. Mas não creio... A monotonia (apesar de ser detestada por tantas pessoas) faz parte de qualquer relação. A essência do ser humano está embuída de hábitos importantes. Todos nós precisamos de regras e de rotinas...


Há pessoas que acham "chato" não ter namorado, porque ficam sem companhia para ir sair, para ir ao cinema, para essas actividades que socialmente não são encaradas como "actividades solitárias". Apesar de ser verdade para muitas pessoas, nunca quis acomodar-me a essa verdade confortável. Ou as coisas são reais ou não valem a pena! Isto na minha perspectiva!


Solteiros ou comprometidos...Penso que depende de cada um...Ou melhor da experiência de cada um, porque todos nós acreditamos nisso até nos corromperem os sonhos...


Ou não é verdade?


terça-feira, 10 de julho de 2007

Às vezes até me farto...


Ocorreu-me escrever este post depois de um pensamento algo inédito na minha pessoa: às vezes canso-me de mim própria. Sei lá... Há dias em que me apetece ser uma pessoa completamente diferente. Não é que não goste de mim. Apesar de ser invadida por alguns períodos em que a minha auto-estima não é a melhor, gosto bastante da mulher em que me tornei (seja ela quem for). Mas há dias em que me apetecia ser uma pessoa diferente. Ter mais paciência para certas pessoas, não sentir o pânico que sinto quando tenho de conduzir (basicamente todos os dias), ser mais radical, não ser preguiçosa, arriscar mais... Às vezes aborreço-me comigo própria. Será que mais ninguém sente isso? Pelo menos nunca nenhum dos meus amigos me disse algo do género, apesar de alguns quererem a todo o custo livrarem-se de certos aspectos de personalidade que só lhes atrapalham a vida.


Enfim...Hoje aborreci-me comigo própria... Só espero que amanhã já não seja assim, porque "eu" sou uma companhia que não posso despensar!


Mas para os amigos mais preocupados: não estou com nenhuma crise e gosto muito de mim!!!


segunda-feira, 9 de julho de 2007

"Fazes-me falta"


Comecei a ler um livro que me tem prendido desde a primeira página. Fazes-me Falta, de Inês Pedrosa. É um livro forte, onde as emoções são desnudadas de qualquer orgulho ou lugares comuns. Em forma de cartas, constrói-se um diálogo entre duas pessoas, uma que morreu e outra que vive a cada dia a saudade de quem já não está fisicamente perto, mas que continua presente. Nestas cartas, as coisas que ficaram por dizer são escritas com a esperança de que quem está do outro lado possa compreender os silêncios que, em vida, foram estabelecidos.


Fiquei a pensar nas inúmeras coisas que deixamos por dizer a determinadas pessoas. De facto, tenho imensas coisas por dizer a algumas pessoas. Mas o orgulho, ou mesmo o tempo, são desculpas mais do que suficientes para deixar as coisas inacabas. Cobardia? Acho que sim. O medo de nos expormos torna-se, em algumas situações, sufocante. Todos nós temos os nossos "esqueletos no armário". Penso que a total liberdade só é gozada quando nos sentimos em paz, com tudo resolvido. Mas a minha questão é: "Será que alguém sente isso?". Penso que não...


Mas esta questão e muitas outras surgem naturalmente com a leitura deste livro sincero e profundo. Não resisti e já sublinhei várias frases que, os protagonistas sem nome, vão dizendo um ao outro. E é tão bom quando um livro nos arrebata desta maneira!


Aqui fica a sugestão... Um livro que nos "obriga" a olhar para dentro e a desvendar alguns dos nossos medos, que, muitas vezes, nem sabemos que os temos.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

À procura de...


Em tempos conturbados procura-se sempre por calma, serenidade...Em tempos de encontro procura-se a emoção, a veracidade das coisas... Mas é quando não andamos à procura de nada que encontramos as surpresas mais surpreendentes que a vida nos tem para oferecer. Às vezes pensamos que a vida é sempre igual, que nada acontece. Mas muitas vezes andamos é de olhos fechados...pouco disponíveis para o que vier, porque só estamos centrados naquilo que idealizamos, naquilo que julgamos querer.


Ultimamente, tenho andado assim... Não faço grandes planos e depois...surpresas...e agradáveis... Basta abrirmos os olhos para ver que, de facto, pode ser um "sunshining day" todos os dias...Claro que isto é um cliché, mas em muitas situações não deixa de ser verdade (por isso se tornou um cliché).


Ando a surpreender-me...

Lá isso é verdade...

Nas coisas mais impensáveis...nas pessoas menos prováveis...agradáveis conversas, onde o "quem sabe?" volta a surgir na minha mente... E o "quem sabe?" há tanto tempo que não aparecia...Eu não lhe dava muito espaço, porque tinha as minhas ideias pré-concebidas...


Let it go... Mais uma máxima de Alice...


(muitas reticências coloco eu!)