Nada é simples

Há tantas coisas para contar, mas parece que nada me sai. E sim, a bem dizer, isto não é o meu diário... Tudo parece-me demasiado íntimo, profundo para ser simplificado em palavras que, por vezes, não espelham a verdadeira intensidade das coisas, por pudor, vergonha de me expor...

E o que tenho para dizer é que gosto muito de ti. Gosto do que és para mim, mas não sei. Normalmente atraio para a minha vida situações dúbias, que não são nem carne nem peixe. Por medo de me desiludir, de me entregar acabo por ter relações mais ou menos, que não tardam em acabar. Porque não são completas, nem intensas, nem sinceras.

E no teu caso, tenho a certeza que me mereces por inteiro. E eu ainda tenho partes de mim em situações mal resolvidas que eu sei que mais tarde ou mais cedo vou ter de encerrar.

Mas isso demora, não é óbvio.

Tudo em mim é complexo, nada é simples.

Sou romântica, mas fujo da dor.

Quero um príncipe encantado, mas que só virá amanhã, nunca hoje.

Quero que se entreguem por inteiro, mas eu nunca me dou.

Quero resolver as coisas, mas estou cansada de dar o primeiro passo SEMPRE.

São contradições que fazem de mim a pessoa que sou.

E será que é essa a pessoa que queres?

P.S. Eu sei que só vais comigo ao sushi, porque sabes que adoro. E eu adoro que me mimes. O problema é esse, habituaste-me mal. Como tu dizes, sou mais exigente contigo do que com qualquer outro que passou na minha vida. E sabes porquê? Porque tu és bem mais do que qualquer um deles.